Em 1921 os cientistas canadenses Frederick G. Banting, Charles H. Best e James Collip, trabalhando no laboratório do fisiologista J. J. R. Macleod, University of Toronto, descobriram a insulina, um hormônio protéico contido em um extrato de ilhotas pancreáticas bovinas, eficaz em reduzir glicemia de cães pancreatectomizados.
Em 11 de janeiro de 1922, 15 ml deste extrato pancreático foi administrado ao adolescente Leonard Thompson, portador de diabetes em estado clinico extremamente crítico, sem qualquer resposta em reduzir glicosúria e cetonúria, produzindo no entanto um enorme abscesso estéril no local da aplicação.
O bioquímico James Collip prosseguiu de maneira dramática seus esforços de purificar o extrato pancreático e uma segunda dose do preparado administrada a Leonard Thompson regularizou seu metabolismo e restituiu-lhe a vida.
Desde então a insulina tem nos contado uma das trajetórias mais brilhantes da história da medicina.
O detalhe pouco percebido nessa história é que certamente foi o espaço de tempo mais curto que se pode citar entre uma pesquisa básica e o seu uso imediato na beira do leito do paciente.
Vivemos no entanto a era da Medicina Baseada em Evidencias, dos Grandes Estudos Clínicos, era em que prescrevemos medicamentos e tratamentos, baseados em estatísticas e médias. Sabemos que os estudos clínicos são feitos em condições controladas e que geram eficácia, que muitas vezes não se reproduzem na vida real. No entanto geram evidencias que se transformam em Diretrizes, Posicionamentos e Recomendações das Sociedades Científicas.
Alguns setores da sociedade tem se mostrado preocupados. Segundo SS 14º Dalai Lama a falha em não se repetir na vida real os resultados de estudos controlados ocorre em virtude do modelo cientifico no atual paradigma não contemplar muitos aspectos da existência humana entre os quais, os valores, a criatividade e a espiritualidade bem como as questões metafísicas mais profundas, situando-se portanto fora da investigação científica.
Recentemente Sergey Brin, um dos rapazes do Google em um jantar com o inovador biólogo Dr. Craig Venter , disponibilizou para a comunidade científica interessada uma enorme capacidade computacional, algoritmos e ferramentas de busca para um desenvolvimento mais rápido da genômica. Isso pode mudar completamente
a forma como a ciência é feita.
Nesses 90 anos de uso clinico, a insulina dá também sua contribuição para se questionar o método cientifico atual pois se em 11 de janeiro de 1922 vigorassem os atuais critérios para uso clinico de uma substancia, a insulina só teria sido liberada para uso oito a dez anos após e Leonard Thompson não teria contado a mesma história.
Fonte: http://www.diabetes.org.br/sala-de-noticias/2044-90-anos-de-insulina
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