O amor de mãe e filho é incondicional, ultrapassa qualquer barreira e não obedece nenhum tipo de regra. Exatamente por ser um sentimento tão puro e forte que a progenitora não mede esforços para cuidar de sua prole. Este é o caso da dona de casa Simone Spiassi, de 43 anos, moradora de São Bernardo do Campo. Ela abriu mão da vida profissional para dedicar 24 horas do tempo à filha Júlia, de 8 anos. O motivo? Em fevereiro deste ano, a menina foi diagnosticada com diabetes tipo 1.
– Receber a notícia foi muito complicado e abalou toda a família. Apesar de agora ser mais fácil falar sobre o assunto, passamos por momentos muito difíceis. Atualmente, estamos mais acostumados à nova rotina, mas acho que a fase de adaptação é constante.
A desconfiança de que havia algo de errado com a saúde de Julia começou quando Simone percebeu que a filha bebia muita água, emagreceu 5 kg em apenas 15 dias e fazia xixi à noite na cama, sintomas típicos do diabetes.
– Fiquei preocupada e levei ao pediatra. Mesmo assim, não achei que fosse nada sério. Na minha ignorância de não conhecer o diabetes, pensei que o remédio poderia curar o quadro.
A glicemia de 500 mg/dl confirmou o diagnóstico da doença. Durante três dias, Julia precisou ficar internada para controlar as taxas e aprender a lidar com uma rotina que exige aplicação diária de insulina, medição da glicemia, alimentação balanceada, contagem de carboidratos e atividade física.
– No começo, foi muito difícil. Meu outro filho e a vizinha precisavam segurar a Julia para eu poder aplicar a insulina. Ela tinha pavor de agulha. Não tive boa orientação no hospital, mas procurei ajuda em associações de pacientes. Costumo dizer que não leio, mas como a informação.
Como a menina ainda não se sente segura para assumir os cuidados com a saúde, a mãe vai à escola todos os dias para medir a glicemia e aplicar a insulina. Ao todo, são 12 pontas de dedo e oito picadas diárias para administração do hormônio que o organismo de Julia não produz.
– Acordo duas vezes por noite para medir a glicemia dela porque tenho muito medo da hipoglicemia noturna.
Simone conta que Julia não tem vergonha de ser diabética, mas não gosta de tomar injeção em locais públicos. Apesar de ter parado o ballet, a família sabe que a atividade física faz parte do
tratamento e a meta de 2014 é voltar à ativa.
No quesito alimentação, o carrinho do supermercado precisou sofrer pequenas mudanças, mas “nada muito radical”.
– Sempre tivemos hábitos saudáveis e a contagem de carboidratos ajudou a dar mais liberdade na escolha dos alimentos. O diabético pode comer de tudo, só precisa ficar atento às quantidades.
Apesar de 2013 ter sido um ano de mudanças e desafios, Simone garante que sempre dará força à filha para superar qualquer obstáculo.
– A Júlia é a criança mais feliz que já conheci.
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