Células Tronco


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Células Tronco

O assunto da capa do site da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) da primeira quinzena de março foi a reportagem sobre “Célula-Tronco: Marco da Pesquisa e Diabetes” e este assunto também foi abordado na coluna Palavra de Especialista da Revista Sabor e Vida Diabéticos (SVD) “Brasil libera pesquisas com células tronco”, mas afinal o que são essas células tronco?

As células-tronco são células com a capacidade de se dividirem constantemente em células idênticas a eles e se diferenciarem em outros tecidos – ossos, nervo, sangue, músculo, etc.

No entanto é importante não confundir, como explicou o Dr. Carlos Couri – endocrinologista e pesquisador da equipe de Transplante de Células-Tronco do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – a revista SVD, com as células embrionárias, extraídas de óvulos fecundados por espermatozóides. Estas também têm a capacidade de se diferenciar em qualquer um dos tecidos do corpo, mas não são únicas. As células-tronco também podem ser encontradas na medula óssea, no cordão umbilical ou no tecido adiposo do adulto. A diferença é que as células-tronco adultas têm capacidade de se diferencias apenas em restritas células de alguns tecidos.

As células-tronco são grande promessa de tratamento para inúmeras doenças, mas é importante lembrar que as pesquisas estão sendo realizadas para confirmar estas suspeitas em cobaias e humanos, seguindo preceitos éticos. Doenças autoimunes estão sendo pesquisadas, incluindo o diabetes tipo 1, sendo o grupo de Ribeirão Preto pioneiro.

Os estudos de células-tronco com diabetes iniciou em 2003 – “Transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas em pacientes com diabetes tipo 1 recém-diagnosticados” – no qual o paciente depois que opta pelo tratamento se coleta as células-tronco do sangue e congela-se. Estas células têm a capacidade de se “transformar” em células do sistema imunológico, mas não há evidências de que elas poderiam se “transformar” em células produtoras de insulina. Após duas semanas da coleta o paciente é submetido a uma destruição total do sistema imunológico “defeituoso” e depois de 5 dias é inserido as células-tronco na corrente sanguínea, criando um novo sistema imunológico. Para que a terapia surta efeito é necessário que a pessoa seja recém diagnosticada, ou seja, tenha alguma reserva de células beta, produtora de insulina.

Como resultado, de 24 voluntários – idade entre 12 e 35 anos, 3 não obtiveram sucesso e 21 pararam de usar insulina. Desde que pararam de usar insulina 11 voltaram a aplicar o hormônio em um período entre 6 meses e 5 anos, mas a diferença é que a maioria usa insulina em pequenas dose e apenas uma vez ao dia. E 2 desses pacientes substituíram as picadas de insulina por um medicamento chamado sitagliptina, indicado para DM2 e estão controlados a mais de um ano e meio.

Em 2008 foi iniciado um novo protocolo – “Transplante halogênico de células-tronco mesênquimais em pacientes com diabetes tipo 1 recém-diagnosticados” – este estudo tinha como objetivo evitar a imunosupressão do anterior, sendo substituído pela infusão de células-tronco mesênquimais extraídas da medula óssea de um parente do paciente. O interessante dessas células é que elas tem a possibilidades de se regenerar no pâncreas e a capacidade de bloquear a autoimunidade. Elas são retiradas do indivíduo e levadas ao laboratório para serem proliferadas e depois é realizada as infusões periódicas das células no paciente. Estudos em animais mostraram que esta célula é capaz de reverter o diabetes tipo 1, porque sendo de outra pessoa o organismo não rejeita as célula.

Contou-se com a participação de 3 voluntários – 12 a 35 anos e diagnóstico de diabetes tipo 1 há menos de 1 mês. Apenas um ficou livre de insulina por um período transitório de seis meses e depois voltou a utilizar.

Estes protocolos visam melhorar a qualidade de vida do portador de diabetes, para a cura ainda tem um longo caminho. Vale ressaltar que independente do transplante suspender o uso de insulina o paciente precisa continuar a prática regular de atividade física, a alimentação saudável e monitorização da glicemia.

Além do diabetes o transplante pode beneficiar outras doenças autoimunes, como: formas graves de lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatóide e esclerose múltipla.

Esta sendo recrutado pacientes para ambos os protocolos, já mencionados, desde que atendam as expectativas: diabetes tipo 1 recém diagnosticados – até 3 meses de doença –idade entre 12 e 35 anos e bom estados de saúde. É importante lembrar que outros critérios serão avaliados posteriormente e podem qualificar a participação nos estudos.

Importante lembrar sempre que o fundamental é ter bom controle glicêmico evitando ao máximo as complicações crônicas da doença, realizar a prática de atividade física regular, manter uma alimentação saudável e conhecer sobre a doença. A educação em diabetes é uma aliada do portador de diabetes para manter uma boa relação com a doença.

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Fonte: Revista Sabor e Vida Diabéticos

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