Quando se descobre o diabetes na infância vêm o desespero e a impotência dos pais em poder fazer algo que possa suprir todos estes aspectos negativos que vêm ocorrendo na vida da criança. Os pais querem achar um culpado. Essa mistura de sentimentos dolorosos e desgastantes, muitas vezes levam à condutas inadequadas como a vigilância rígida dos hábitos da criança, no que se refere à alimentação e ao ritmo das brincadeiras e por outro lado a permissidade exagerada, em outras áreas, como medidas compensatória das restrições impostas.
A criança encara o fato de ser diabética exatamente como os pais encaram. Se os pais têm atitudes negativas como revolta, ansiedade, depressão, a criança encara a situação como desesperadora, terrível e digna de pena, mas se os pais tratarem a questão com naturalidade e otimismo, ela assimilará o sentimento de que é uma pessoa normal, que precisa aprender a cuidar de si mesma, para ter vida longa e saudável, como qualquer outro ser humano.
Portanto como sugestão vale ressaltar a busca por informações sobre como lidar com a doença da melhor forma. Busque profissionais capacitados como psicólogos, se necessário, nutricionista e um médico que, com certeza irão ajudar a tratar o problema com naturalidade.
No passado, existia maiores restrições nas dietas dos diabéticos e os alimentos contendo açúcar deviam ser evitados. Atualmente sabe-se que é muito mais importante comer alimentos variados e saudáveis e cuidar para não desenvolver excesso de peso. Sendo assim, a criança crescerá sabendo dosar seus próprios excessos.
As crianças com diabetes podem ingerir de tudo, dando preferência à alimentos saudáveis, daí a importância do acompanhamento com um profissional nutricionista que irá favorecer a mudança dos hábitos alimentares, sem prejudicar o lado emocional que ficará abalado caso essas mudanças sejam impostas rigorosamente.
Para o tratamento do diabetes há variadas condutas entre elas está a contagem de carboidratos. A contagem é um plano alimentar para pessoas com diabetes que auxilia no controle glicêmico, evitando a monotonia das refeições. Ela deverá ser elaborada sempre por um nutricionista que irá adaptar o cardápio às necessidades nutricionais da criança.
O nutricionista determinará o total em gramas de carboidrato que a criança deverá ingerir em determinada refeição ou lanche, com base na medicação, exercícios e objetivos de peso.
A ADA ( Associação Americana de Diabetes) recomenda que 5% da dieta do diabético pode vir de carboidratos simples, ou seja, alimentos que contenham açúcar como os doces de uma forma geral e até as frutas, que apesar de não conterem a sacarose, elas contém a frutose, que é o açúcar da fruta. Estes 5% de carboidratos simples podem ser ingeridos desde que o diabetes esteja compensado, pois independente da fonte dos carboidratos, ou seja, uma banana, um pão francês ou um brigadeiro, ele se transformará em glicose, a diferença será apenas o tempo de absorção. Portanto os portadores de diabetes poderão incluir o açúcar em seu plano alimentar, desde que o total de carboidratos fornecidos por ele seja contabilizado dentro de uma proposta de alimentação saudável. Isso não significa que o leite da criança poderá ser adoçado com açúcar, mas sim que em uma festa de aniversário, esta criança poderá ingerir um pedaço de bolo, sem se sentir diferente das outras crianças e sem descompensar a glicemia.
Na lancheira, sempre deve estar presente sanduíches naturais, lanches com queijo branco, frutas ou barra de cereal diet e suco diet. A criança precisa ter ciência e resistir à oferta de doces e refrigerantes em livre demanda oferecidos nas cantinas ou até mesmo pelos amigos.
No caso de a criança apresentar hipoglicemia forneça alimentos ricos em carboidratos como suco de laranja ou refrigerante normal, em uma quantidade de aproximadamente 100ml. A criança deverá ser orientada a lidar com a hipoglicemia e sempre que necessário comunicar um adulto para melhor orientá-la. Evite chocolates ou barra de cereais integrais para tratamento da hipoglicemia, porque estes alimentos demoram para aumentar a glicemia e a criança ficará se sentindo mau durante um tempo maior.
Rotina, disciplina, planejamento e equilíbrio são itens que não podem faltar na vida dos insulino-dependentes.
Andrea J.S.Sanches
Nutricionista – CRN: 7367
Excelente post. Aguardo novidades