Médicos culpam a obesidade pelo perigoso aumento do número de crianças tratadas com drogas para diabetes.
Um estudo recente realizado nos Estados Unidos da América demonstrou que os médicos estão escrevendo mais e mais prescrições para o tratamento de crianças com diabetes tipo 2, uma condição usualmente associada à adultos obesos.
No diabetes tipo 2 o corpo ou não produz o hormônio insulina em quantidade suficiente, ou já não consegue utilizá-lo devidamente, resultando em elevados valores de açúcar no sangue.
Cerca de 90% das pessoas com diabetes tem essa forma (diabetes tipo 2). Em contrapartida, a forma menos comum de diabetes, o tipo 1, é comumente diagnosticado na adolescência e envolve destruição das células produtoras de insulina pelo sistema imunológico da própria pessoa.
O estudo analisou dados de prescrições de cerca de 2 milhões de crianças nos Estados Unidos e demonstrou que o uso de medicações utilizadas para tratar ou prevenir o diabetes tipo 2 duplicaram entre 2002 e 2005.
Já é de conhecimento médico que a obesidade está aumentando em crianças, mas esses dados ilustram quão dramático o problema tem se tornado. “A maioria dos médicos pelo país estão vendo crianças com uma obesidade significativa e as complicações da saúde que acompanham essa condição”, diz o Dr. Joyce Lee, um pediatra endocrinologista da Universidade de Michigan. Mas o grande aumento no número de prescrições com drogas utilizadas para o diabetes tipo 2 é desconcertante. “A extensão do aumento me deixa surpreso”, diz ele.
O estudo foi feito pela “Express Scripts”, uma das maiores companhias de gerenciamento farmacêutico dos Estados Unidos da América. Foram incluídas crianças com idade de 5 a 19 anos, três quartos das quais estavam sob medicações para diabetes tipo 2.
Entre os quatro anos do estudo, o número de crianças fazendo uso de medicações para diabetes tipo 1 cresceu 31%, mas o número delas tomando medicamentos para diabetes tipo 2 cresceu 104%, mais que o dobro.
O aumento foi especialmente pronunciado entre adolescentes. Nessa idade, o uso de tratamento para o diabetes tipo 2 duplicou de 0.6 por 1000 para 1.2 por 1000. “Essa é uma grande escalada da prevalência da doença”, diz o Dr. Ed Weisbart, diretor médico da Express Scripts e médico de família em St. Louis. O próximo estágio, em sua opinião, é que a obesidade terá um impacto real na qualidade de vida e na expectativa de vida.
Dr. Lee diz que muitas das crianças do grupo com diabetes tipo 2 podem não ter diabetes, mas estão sendo tratadas porque estão com grande risco de terem. Porém os médicos estão medicando um problema que deveria se parado antes de chegar nesse estágio. “Mudanças no hábito de vida – dieta e exercício físico – são o principal para as crianças”.
Além disso, ela adiciona, que o enorme aumento do uso de drogas para o diabetes tipo 2 em crianças traz questões importantes sobre segurança e eficácia. “Não há muitos estudos realizados em crianças. Certamente eles se fazem necessárias”.
http://www.macleans.ca/topstories/health/article.jsp?content=20060704_160721_1084
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