O medicamento comercializado com o nome Jardiance (empagliflozina) acaba de comprovar que confere, aos pacientes com diabetes tipo 2 e alto risco cardiovascular, uma redução de risco de 39% de início ou piora de doença renal, em comparação com indivíduos que receberam placebo associado à terapia padrão.
A conclusão é resultado de uma pesquisa publicada no conceituado The New England Journal of Medicine e apresentada no congresso do American Diabetes Association (ADA), em Nova Orleans, nos Estados Unidos.
Segundo o endocrinologista Alexandre Benchimol, da Escola Médica de Pós-Graduação da PUC- RJ, “essa descoberta é clinicamente relevante, considerando que uma em cada duas pessoas no mundo com diabetes tipo 2 desenvolve problemas nos rins, podendo evoluir para insuficiência renal e, eventualmente, para a necessidade de diálise”.
Além disso, sabe-se que o paciente diabético com doença renal também é mais propenso a desenvolver doença cardiovascular. Jardiance demonstrou, nesse mesmo estudo, um efeito muito benéfico sobre essa consequência: além de evitar a progressão da doença renal no diabético, reduziu em 38% a probabilidade de morte cardiovascular, tendo evitado, durante o período de cerca de três anos do estudo, 1 em cada 3 mortes de pacientes diabéticos com alto risco cardiovascular.
Os novos dados são resultado de uma análise, realizada durante um estudo chamado EMPA-REG OUTCOME, que envolveu mais de 7 mil pacientes com diabetes tipo 2 alto risco cardiovascular, em 42 países.
Outra vantagem de Jardiance, de acordo com o estudo, foi ter sido capaz de promover um efeito positivo adicional, quando combinado com os tratamentos já utilizados, desacelerando o declínio da função renal ao longo do tempo, de modo mais significativo do que a terapia padrão.
Por fim, vale ressaltar que os efeitos adversos que levaram à descontinuação de Jardiance versus placebo em pacientes que apresentaram problemas foram semelhantes em pessoas com e sem comprometimento renal no início do estudo. Mortes devidas à doenças dos rins foram raras e ocorreram em três pacientes tratados com Jardiance e em nenhum tratado com placebo.
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