Segundo Nicholas Negroponte do Media Lab, Massachusets Institute of Technology(MIT), Boston, a tecnologia quando funciona, parece mágica.
O Brasil sediará nos dias 07 e 08 de setembro de 2012 o ATTD(Advanced Technologies & Treatment for Diabetes) Rio de Janeiro, um encontro focado em novas terapêuticas e novas tecnologias no tratamento do diabetes.
Para quem não está no dia a dia do desenvolvimento dessas novas tecnologias e parodiando Nicholas Negroponte, tem a sensação que elas surgem por encanto.
A revista eletrônica, Science Translational Medicine, Rapid Publication on February 16, 2012, publicou o RESEARCH ARTICLE, First-in-Human Testing of a Wirelessly Controlled Drug Delivery Microchip. Sci.Transl. Med. DOI:10.1126/scitranslmed.3003276.
Trata-se dos resultados do primeiro estudo clínico utilizando um sistema de liberação de droga implantável utilizando um microchip controlado por tecnologia wireless.
No artigo citado, publicado em Science Translational Medicine, 8 pacientes portadoras de osteoporose pós-menopausica receberam um fragmento de parathormonio humano, hPTH(1-34) liberado pelo sistema. O hPTH(1-34) é a única terapêutica anabólica considerada eficaz no tratamento da osteoporose, porém, deve ser administrada subcutânea em doses diárias, o que torna-se um grande problema de aderência ao tratamento. Uma maior eficácia na formação óssea requer uma liberação intermitente ou pulsátil do hPTH.
O sistema implantado é constitudo por um reservatório contendo hPTH(1-34) e um microchip liberador controlado por tecnologia wireless.
A farmacocinética, tolerância e bioequivalencia do hPTH foram avaliados. A farmacocinetica foi semelhante à observada em múltiplas aplicações diárias do hPTH e apresentava menor coeficiente de variação. Os marcadores de formação óssea mostraram o aumento de formação óssea.
Não houve eventos tóxicos ao sistema, nem à droga, sem impactar a qualidade de vida das pacientes.
Desssa forma, já existem sistemas inteligentes para administração de peptídeos e polipeptideos. Uma vez que a insulina é um polipeptideo, embora mais complexo, podemos supor que as injeções de insulina poderão ser substituídas por sistemas inteligentes que liberem doses de insulina, observando não só as necessidades diárias como também ao ritmo de liberação. E não será por mágica ou encanto.
Informações adicionais
Uma vez que não surgem por encanto, de onde vem essas tecnologias?
Três dos autores são da MicroCHIPS Inc, empresa sediada em Waltham, MA, Grande Boston, pioneira em sistemas inteligentes, implantáveis, projetados para uso em portadores de doenças crônicas que requerem terapêutica e monitorização precisas. Dois dos autores são do Harvard Medical School, Massachusetts General Hospital, Endocrine Unit, Boston, USA.
Um autor é do Case Western Reserve University, Department of Pathology, Cleveland, USA.
Um autor é da On Demand Therapeutics, Inc., Tyngsboro, MA, USA. Empresa de desenvolvimento de sistemas implantáveis para doenças da retina.
Um autor é do Massachusetts Institute of Technology, Department of Materials Science and Engineering, Koch Institute for Integrative Cancer Research, Cambridge, MA, USA.
Um autor é do Massachusetts Institute of Technology, Department of Chemical Engineering, Koch Institute for Integrative Cancer Research, Cambridge, MA, USA.
Você pode ver o Abstract do artigo ou solicitar o full text.
http://stm.sciencemag.org/content/early/2012/02/15/scitranslmed.3003276
MicroCHIPS Inc.
http://www.mchips.com/
On Demand Therapeutics Inc.
http://ondemandtx.com/about-odtx.aspx
Dr. Laerte Damaceno
Editor-chefe do Portal SBD
Dr. Marcio Krakauer
Editor de Tecnologia do Portal SBD
Fonte: http://www.diabetes.org.br/sala-de-noticias/2068-microchip-podera-substituir-injecoes-de-insulina
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