“Se eu puder dar um conselho para o jovem com diabetes seria escute sempre o médico. Os jovens costumam negar a doença e não se preocupam com a oscilação da glicemia, exatamente o que aconteceu comigo e, por isso, quase fiquei cega”. Este depoimento foi dado pela estudante Luciana Mangini, de 31 anos, durante o lançamento do medicamento Eylia, uma nova opção para o tratamento do edema macular diabético, para um grupo de jornalistas e blogueiros, em São Paulo.
Luciana, que mora em Votorantin, interior de São Paulo, convive com o diabetes tipo 1 desde os 10 anos de idade. A perda de 10 kg em apenas um mês foi o alerta para a mãe Cássia Mangini procurar o pediatra e confirmar que sua filha tem diabetes tipo 1.
– Foi um choque muito grande. A notícia caiu como uma bomba porque não estávamos preparados para isso. Durante anos eu que aplicava a insulina, já que ela era apenas uma criança.
A chegada da adolescência veio acompanhada da rebeldia. Cansada da rotina de monitorar a glicemia várias vezes por dia e conviver com as restrições alimentares, Luciana admite que resolveu tirar umas férias dos cuidados com a saúde e ficou dois anos sem fazer o exame de fundo de olho.
– Eu cansei e resolvi fazer a ponta de dedo uma vez por semana. Além disso, comia doce quando tinha vontade. Eu só não tinha vergonha de dizer que era diabética, mas ouvi de alguns meninos que não podiam ficar comigo por causa da doença.
A negligência com o diabetes deixou Luciana quase cega. Com apenas 25 anos, a jovem acordou no primeiro dia de 2011 com a visão completamente embaçada e foi diagnosticada com edema macular diabético.
– Imagina você ir dormir enxergando e acordar quase cega. Virei uma deficiente visual da noite para o dia. Eu não conseguia andar na rua sozinha, usar salto, fazer maquiagem e cortar a unha do pé. Tive, inclusive, que largar a faculdade de Medicina porque não conseguia fazer as provas práticas.
Luciana chegou a ficar com apenas 5% da visão do olho esquerdo e 20% do direito. A estudante passou por uma série de tratamentos com injeções intraoculares e laser, mas somente há 10 meses, com a introdução do medicamento Eylia, ela conseguiu estabilizar a visão do olho esquerdo em 60%.
– No olho direito tenho 80% de visão, mas ele ainda está em tratamento. O bom é que já consigo estudar para prestar o vestibular novamente. Hoje, enxergo melhor que um míope!
Há dois anos Luciana usa a bomba de infusão de insulina e garante que o equipamento “foi fundamental para melhorar o controle glicêmico”, orgulha-se.
– Sou uma alma inquieta e não desisto nunca. Hoje em dia, entendo que é sempre melhor prevenir do que tratar. Então, eu digo que não custa nada investir cinco minutos de um dia entre os 365 do ano para fazer o exame de fundo de olho, certo?
Por Fabiana Grillo
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