Sanofi lança Soliqua para tratar diabetes tipo 2

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Nesta semana, a indústria farmacêutica Sanofi promoveu um encontro com jornalistas para apresentar uma nova opção de medicamento para o tratamento de pacientes adultos (acima de 18 anos) com diabetes tipo 2.

Comercializado com o nome de Soliqua, a medicação combina dois princípios ativos (glargina 100U/mL e lixisenatida) que, juntos, atuam de maneira complementar na redução dos níveis de açúcar no sangue, explica o endocrinologista André Vianna (foto abaixo), diretor e pesquisador do Centro de Diabetes Curitiba e um dos diretores científicos da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), no Paraná.

– Essa combinação de insulina basal, que controla a glicemia em jejum, e do agonista de GLP-1, que atua no controle glicêmico pós-prandial, traz uma série de outros benefícios, entre eles, equilibra ou até promove perda de peso, não há risco adicional de hipoglicemia e é administrado em dose única diária.

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Outra vantagem citada pelo médico é em relação aos efeitos colaterais, como náuseas, vômito, diarreia e hipoglicemia.

– Como o aumento da dose é gradual até o paciente atingir a meta glicêmica, os efeitos colaterais foram pouco relatados. Em geral, eles desaparecem totalmente entre 4 e 8 semanas e raramente o tratamento é descontinuado por conta disso.

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O medicamento é recomendado para pacientes com mais de 18 anos que, mesmo medicados e seguindo orientações de dieta alimentar e atividades físicas, têm dificuldade no controle da glicemia. Gestantes e menores de 18 anos não podem usar o produto.

No dia do lançamento de Soliqua, a Sanofi também apresentou os dados de uma pesquisa realizada pela Minds4 Health, que ouviu 500 homens e mulheres portadores de diabetes tipo 2, com mais de 40 anos de idade, atendidos pelo sistema público ou pela rede suplementar de saúde, com média de 6 anos de diagnóstico, para entender o comportamento desse perfil de paciente.

Embora 80% acreditem que estão controlando corretamente o diabetes, 1/4 dos entrevistados admitiram não seguir a dieta recomendada, por não abrirem mão dos prazeres da mesa. Há uma alternância entre regras mais rígidas de segunda a sexta-feira e compensações ou escapadas nos finais de semana.

Além disso, 1/3 não faz exercícios físicos e 13% não vai ao médico regularmente. A principal justificativa para não fazer acompanhamento é acreditar que, por já estar tomando medicamentos orais ou insulina, não precisa mais voltar ao médico (17%). Fugir da consulta é uma armadilha, já que segundo a pesquisa, os pacientes com maior controle da doença são aqueles que fazem o acompanhamento médico mais frequente.

De cada 10 pacientes, três disseram que não conseguem seguir o tratamento à risca. A principal barreira está na dieta restritiva (60,8%), atrelada ao preço dos alimentos (21,7%). Já os principais temores dos entrevistados se referem aos riscos relacionados ao diabetes, já que sete em cada 10 conhecem as consequências da falta de controle da doença. Os problemas de visão, como a cegueira, são os mais preocupantes (42%).

Diante dos dados, a endocrinologista Denise Reis Franco (foto abaixo), diretora coordenadora do Departamento de Educação da Associação Diabetes Brasil (ADJ) e educadora em diabetes pela International Diabetes Federation (IDF), lembra que é fundamental conscientizar as pessoas de que o controle correto do diabetes tipo 2 depende do acompanhamento médico constante, do uso correto dos medicamentos, de uma dieta saudável e da prática de exercícios físicos.

– Seguindo tudo isso, as pessoas com diabetes terão muito mais qualidade de vida e diminuirão o impacto da doença em longo prazo.

O valor máximo de Soliqua é R$ 172,03, mas o medicamento terá desconto pelo Programa StarBem, disponível no Diabetic Center.

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Por Fabiana Grillo / Crédito de foto: Divulgação Sanofi

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