Em janeiro deste ano, entrou em vigor a decisão do Ministério da Saúde de incluir os meninos no programa de vacinação contra o HPV na rede pública. O vírus é o responsável por casos de câncer de colo de útero, vagina, pênis e ânus além das verrugas genitais, e sua transmissão se dá principalmente por via sexual. O pediatra e infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), destaca a importância de disponibilizar a vacina para o sexo masculino.
– Quando você introduz uma vacinação para os meninos, há importantes ganhos. Um deles é a redução da doença na mulher através da não transmissão do vírus por um homem vacinado. O outro é a redução dessas doenças nos meninos também, como as verrugas genitais e o câncer de boca. Outro ganho ainda é o aumento da efetividade do programa ao incluir os dois sexos.
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O especialista também afirma que a vacinação precoce, a partir dos 12 anos em meninos e dos 9 em meninas, no sistema público, garante uma maior eficácia no que diz respeito à imunização.
– As crianças respondem muito melhor à vacina do que os adultos, por isso a vacinação é tão precoce, a partir dos 9, 10 anos. Duas doses são o suficiente para proteger a criança, comparado com o adulto, que precisa de três doses.
Sobre a durabilidade da vacina, o especialista é categórico ao afirmar que, em mais de 10 anos de uso da vacina, até o momento, nunca houve necessidade de doses de reforço. No entanto, ainda é preciso aguardar mais um tempo para realizar uma avaliação definitiva sobre a duração da proteção. Também é importante esclarecer que a vacina é segura e pode apresentar poucos efeitos colaterais, semelhantes aos de outras vacinas, como dor no local da aplicação, febre e mal estar. Fora isso, ela é totalmente segura, garante o pediatra.
Quem já teve o HPV pode tomar a vacina mesmo assim, porém ela não irá agir contra o tipo que foi contraído.
A vacina disponibilizada no programa público é quadrivalente, protegendo contra os quatro principais tipos do vírus. Só que não trata nem vai prevenir aquele tipo de HPV que o indivíduo já teve. Se ele já teve um dos quatro tipos de HPV, a vacina vai funcionar contra os outros três.
O profissional conclui dizendo que a vacina apresenta poucas contraindicações, entre elas gravidez, reação alérgica à primeira dose; além da faixa etária, que deve ser respeitada. A vacina, embora licenciada e recomendada pela SBP para meninas e mulheres de 9 a 45 e meninos e homens de 9 a 26 anos, está disponível no Programa Nacional de Imunizações para meninos de 12 e 13 anos e meninas entre 9 e 13 anos.
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