Entrevista com o dermatologista João Carlos Lopes Simão, da FMRP-USP
A tatuagem está cada vez mais presente na vida moderna e é vista como forma de expressão, principalmente de jovens. Ela está na moda e é difundida pelos meios de comunicação na pele de personagens de novela que conquistam pela simpatia e carisma. Por isso, é natural que jovens com diabetes também queiram entrar na turma. Quantos não foram conquistados, por exemplo, pelo simpático e romântico Darkson? É, e talvez nem todos saibam que as tatuagens do ator José Loreto, de 28 anos, saradão e portador de diabetes, sejam apenas cenográficas, para caracterizar seu personagem em Avenida Brasil. Mas há muitas celebridades, apresentadores, atores e desportistas que as têm de verdade.
“Quem tem diabetes também pode se tatuar, desde que esteja com a glicemia controlada”, informa o dermatologista João Carlos Lopes Simão, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo.
Alguns cuidados devem ser tomados por qualquer pessoa, como a escolha do estabelecimento, que deve seguir as regras da vigilância sanitária. É preciso observar detalhes como o nível de higiene do local, se há cuidados na higienização dos instrumentos e que as agulhas sejam descartáveis. A tinta também não deve ser reutilizada, sendo descartada após a aplicação. Pessoas que têm alergia a tinta ou metais não devem se tatuar.
Segundo Simão, se os cuidados com a higiene do local e dos materiais não forem adequados, o risco é de contrair doenças como HIV, hepatite B e hepatite C.
Simão alerta ainda que a tatuagem não seja feita em locais de aplicação da insulina. Se a pessoa tiver neuropatia diabética, sequela que compromete a sensibilidade nas mãos, antebraços, pés e pernas, deve evitar também a tatuagem nessas regiões. Isso porque a cicatrização será mais lenta e a pessoa pode se ferir no local e não perceber.
Também durante o processo de cicatrização, que demora alguns dias, é preciso ficar atento. Há risco de infecções e, em pessoas com diabetes, esse risco é aumentado, dependendo do descontrole glicêmico. Até a cicatrização completa, a limpeza deve ser feita com água e sabonete durante o banho. Depois, faz-se lavagem com soro fisiológico e enxuga-se com gaze. O médico deve indicar que tipo de pomada cicatrizante pode ser aplicada no local.
Fonte: http://www.diabetesnoscuidamos.com.br/gente_palavra_profissional.aspx?id=1014
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