Paciente sob os cuidados da Dra. Solange Travassos, Anna Carolina da Fonseca, 30 anos, é estudante de medicina, com diabetes tipo 1 (DM1). Usuária de bomba de insulina desde 2012.
Assim a Anna Carolina expressa seus conceitos de boa convivência com o DM1:
Pouca gente sabe, mas sou Diabetes tipo 1. Digo “sou” e não “tenho” diabetes tipo 1 porque ela faz parte de mim, não como um fardo que tenho que carregar, mas como mais uma característica da pessoa que eu sou. Quando recebi o diagnóstico tempos atrás, não foi com toda essa serenidade com a qual falo agora. Foi com certa revolta, dor e a pergunta “por que eu?!”.
Questionei-me sobre como seria minha vida com esse rótulo de “diabética”. Mas com o passar do tempo, o entendimento e a maturidade, veio a resposta: NORMAL. Sim, minha vida é normal. Ativa. Feliz. Com altos e baixos como de qualquer um. Mas FELIZ. Percebi que não gostava de expor isso no começo, obviamente pela negação mas, depois de passada a fase do luto do diagnóstico (não tem jeito, todo mundo passa), o problema passou a ser os outros!
Quando alguém descobria que sou diabética por me ver aplicando insulina, ou checando glicemia, vinha sempre o olhar de pena seguido do comentário “você tem diabetes? Tadinha, tão nova…”, como se aquela fosse uma sentença! Que absurdo! Eu apenas vim com um defeito de fábrica! (risos). Cada um vem com o seu, certo? Pena é um sentimento que não se aplica! Sou saudável, minha última glicada foi 5.4, perfeitamente normal! Isso é uma vitória! O diabético sabe a luta diária pra controlar a glicemia e evitar as temidas complicações!
Decidi falar sobre isso agora porque o desejo de influenciar positivamente na vida das pessoas sempre me acompanhou e por que não influenciar mudando a maneira de pensar da população geral a respeito do diabético, e do próprio diabético que não aceitou ainda sua condição? Tenho 30 anos e uma vida toda pela frente, posso escolher tornar o diabetes meu vilão ou o meu aliado! Eu escolhi torná-lo meu aliado.
Meu estilo de vida é voltado para que eu e ele tenhamos uma boa e feliz convivência! E você? Como escolhe lidar com suas adversidades? Não quero ser exemplo, não sou perfeita para assumir tal posição, quero só que meu pequeno relato sirva de inspiração. Somos milhões de diabéticos no país e se eu conseguir ajudar uma única pessoa que seja a superar o luto do diagnóstico ou a cuidar melhor de si, minha missão estará cumprida!
Finalizo como sempre digo quando converso com Deus: não tenho nada a pedir, somente a agradecer!
Obrigada!
Tenho 19 anos e sou DM1 a quase 5 anos, descobri a diabetes faltava dois meses ´pro meu tão aguardado quinze anos, foi a época mais difícil pra mim, falei por que comigo? o que eu posso ter feito de mal pra ter essa doença comigo, não sabia o que fazer, ia pro hospital praticamente todos os dias com crises de hiperglicemia, pensava que nunca mais ia ser uma pessoa normal, me afastei dos meus amigos, me isolei não queria mais fazer nada, perdi meu emprego e ninguém queria mais me dar uma oportunidade pelo fato de eu ser DIABETICA recebi vários ‘ah fica em casa você não da conta’, entrei em uma depressão nos meus 17 anos, quase morri passei por tratamento psicológico e ainda hoje tomo remédios pra controlar essa tristeza que tenho dentro de mim, por saber que tudo que eu vou fazer a partir do dia que a medica olhou pra mim e disse que eu sou DM1