Uma revisão de estudos publicada no periódico “British Medical Journal” confirma a eficácia do remédio Victoza (liraglutida) para a perda de peso. A droga é indicada para o tratamento de diabetes.
O benefício foi observado em pacientes acima do peso ou obesos. A perda de peso média foi de 3 kg em 20 semanas. O medicamento também provocou a redução da pressão arterial e dos níveis de colesterol.
O remédio usa uma versão sintética do hormônio GLP-1, produzido no intestino delgado. É indicado para pacientes com diabetes tipo 2 por causa de sua capacidade de regular os níveis de açúcar no sangue.
O hormônio atua no cérebro, reduzindo a fome. Age também no trato digestivo, retardando o esvaziamento do estômago e a movimentação da comida nele (o que aumenta a saciedade). Entre os diabéticos, a perda de peso em pesquisas foi de 7 kg.
É por causa desses efeitos que os pesquisadores da Universidade de Copenhague investigaram os resultados da liraglutida para a perda de peso e analisaram 25 estudos envolvendo mais de 6.000 pacientes.
A conclusão é que os pacientes que receberam o medicamento por pelo menos 20 semanas perderam mais peso do que os participantes que não tomaram o remédio. O benefício foi observado em pacientes com e sem diabetes tipo 2, mas pode ser ainda maior em quem não tem a doença, segundo os autores.
Os efeitos colaterais mais comuns foram náusea, vômito e diarreia, mas não pareceu afetar o número de pacientes que desistiu do estudo, o que sugere que, em geral, a satisfação dos pacientes com o tratamento foi bastante alta.
Mas ressalvas sobre falta de comprovação de segurança para não diabéticos continuam. Para os autores do estudo, o tratamento com o medicamento deve ser indicado apenas para pacientes com diabetes obesos ou acima do peso e mais estudos são necessários para elucidar os efeitos da liraglutida no tratamento de pacientes sem diabetes.
No editorial que acompanha o estudo, o professor Raj Padwal, da Universidade de Alberta, no Canadá, afirma ainda que, apesar dos resultados, os benefícios mostrados no estudo não devem mudar a prática médica. Além disso, mudanças na dieta e no estilo de vida continuam sendo a base do tratamento de diabetes tipo 2.
Padwal diz ainda que a segurança da droga ainda é desconhecida e que novos remédios como esse devem ser vigiados de perto e de forma contínua.
Fonte: Reprodução: Folha.com Equilíbrio e Saúde 11/01/12
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