Durante os nove meses de gestação, a mulher deve estar sempre atenta à sua saúde e à do bebê, certo? No entanto, duas doenças bastante graves podem aparecer nesse período, o diabetes gestacional e a pré-eclampsia. Segundo a ginecologista Ana Lucia Beltrame, a pré-eclampsia geralmente começa após as 20 primeiras semanas de gravidez em mulheres com pressão arterial normal, podendo, inclusive, ser assintomática. Se não diagnosticada rapidamente, a pré-eclâmpsia pode evoluir para um quadro de eclampsia, levando a convulsões, coma e, em alguns casos, também pode ser fatal.
– O tratamento é feito com medicação oral durante toda a gravidez e a paciente é caracterizada como uma gestante de risco, com cuidados diferenciados durante o pré-natal.
A boa notícia é que existe um exame realizado por uma simples amostra de sangue materna a partir da 20º semana de gestação capaz de identificar o risco de a mulher desenvolver a doença.
Segundo a ginecologista e obstetra Rossana Pulcineli Francisco, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e médica do Hospital das Clínicas, o uso do teste de biomarcadores permite medir a relação entre o fator de crescimento placentário (PlGF) e a tirosina quinase-1 (sFlt-1) presentes na placenta e predizer o risco de desenvolver a doença nas próximas semanas de gravidez.
– O teste positivo pode predizer quais mulheres irão desenvolver a pré-eclâmpsia em até quatro semanas, possibilitando diferenciar as gestantes que devem ser monitoradas com maior cuidado.
A pré-eclampsia é a principal causa de mortalidade materna no mundo, impactando a vida de cerca 8,5 milhões mulheres por ano. Estima-se que 15% dos partos prematuros elegíveis e 42% das mortes maternas sejam relacionados à doença.
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